Histórico de Itabira
"...DESCOBRIRAM-SE, em 1698, as Minas Gerais (sic) as do Ouro Preto, as do Morro, as do Ouro Branco, as de São Bartolomeu, Ribeirão do Carmo, Itacolomi, Itatiaia, Itabira...", escreve Rocha Pita.
Publicado em 08/10/2009 02:00 - Atualizado em 09/04/2010 17:50
Aspectos históricos
"...DESCOBRIRAM-SE, em 1698, as Minas Gerais (sic) as do Ouro Preto, as do Morro, as do Ouro Branco, as de São Bartolomeu, Ribeirão do Carmo, Itacolomi, Itatiaia, Itabira...", escreve Rocha Pita, em sua História da América Portuguesa, citada por Francisco Inácio Ferreira, em seu Dicionário Geográfico das Minas do Brasil, edição de 1885.
Mas a tradição local indica o ano de 1720 como sendo o marco histórico de Itabira, com a chegada dos irmãos Faria de Albernaz (Francisco e Salvador). Os dois aventureiros, bandeirantes paulistas, mineravam em Itambé, quando avistaram um pico, ao longe, e seguindo em sua direção chegaram à serra a que chamaram Cauê (palavra dialetal africana que significa irmãos). Exploraram os córregos recolhendo ouro, sem que se saiba, contudo, por quanto tempo. Certo é, porém, que verificando a abundância do metal precioso, transferiram para o local seus escravos e colonos.
Dentro em pouco, a fama da abundância de ouro atraía outras famílias, acompanhadas de seus escravos, movidas pela ambição de enriquecer. Dedicados à mineração, no âmago de uma região de densas matas, viviam essas famílias isoladas, formando pequenos núcleos esparsos pelas margens dos córregos.
Nomes que a história guardou: João Pereira da Silva, ali chegado em 6 de junho de 1737, Antônio Pereira da Silva, em 20 de setembro de 1739, Antônio Lopes, Padre Manoel do Rosário e João Ferreira Ramos, em 27 de abril de 1764. Pouco tempo depois, acorriam Francisco da Costa Lage e Francisco de Paula Andrade. Antigo documento atribui à senhora Maria do Couto, a primazia do elemento feminino em penetrar na zona aurífera de Itabira do Mato Dentro.
Essas famílias assumiram a posição de orientadoras da população, agora unificada, mas ainda em sobressalto com a presença de índios e malfeitores que de tempos em tempos atacavam o povoado. Esta situação teve fim com a chegada de um destacamento policial, chefiado pelo Capitão Francisco Procópio de Alvarenga Monteiro, que implantou ordem e tranqüilidade.
A povoação cresceu tanto que em 1827 foi elevada à categoria de arraial, pertencente à Vila Nova da Rainha (Caeté).
A indústria do ouro foi escasseando, mas o povoado não decaiu, e eis que os moradores passaram a dedicar-se à fundição de ferro, metal muito mais abundante que o ouro. E as forjas se foram erguendo em vários pontos, dando novo aspecto ao arraial. No início do século XIX, Itabira já se tornara conhecida pela cultura e bom gosto de seus filhos, por seus majestosos solares, riqueza e prosperidade.
Curiosidade HistóricaComprovando a existência de índios na região, no Município de Itabira foram encontrados restos de seus utensílios, armas e objetos de cerâmica, machados de pedra, clavas etc. Entre os exemplares de cerâmica, no distrito de Ipoema descobriram-se as conhecidas e originais "panelas de bugre". No distrito de Senhora do Carmo, no local denominado Conquista, existe uma pedra, conhecida pela designação de Lapa, em que se vêem desenhos indígenas.
Formação AdministrativaO Distrito foi criado por Alvará de 25 de janeiro de 1827. O Município de Itabira do Mato Dentro com território desmembrado do de Caeté e sede no povoado de igual nome, criou-o a Resolução de 30 de junho de 1833. A instalação verificou-se a 7 de outubro do mesmo ano. Lei provincial nº 374, de 9 de outubro de 1848, concedeu foros de cidade à sede municipal.
A Lei estadual nº 2, de 14 de setembro de 1891, manteve o distrito-sede do Município. Na Divisão Administrativa de 1911, figurava o Município sob a designação de Itabira, apenas, formado pelos 5 distritos: Itabira, São José da Lagoa, Santa Maria, Carmo de Itabira e Aliança. Segundo Lei estadual nº 843, de 7 de setembro de 1923 o Município permanecia com 5 distritos de Itabira, Aliança, Nossa Senhora do Carmo (ex-Carmo de Itabira), Santa Maria e São José da Lagoa. Em cumprimento do Decreto-lei estadual nº 148, de 17 de dezembro de 1938, o Município perdeu para o de Presidente Vargas, recém-criado, o distrito do mesmo nome (ex-São José da Lagoa), conservando os 4 distritos de Itabira, Aliança, Santa Maria de Itabira (ex-Santa Maria) e Senhora do Carmo (ex-Nossa Senhora do Carmo).
A 13 de junho de 1942, sem a então necessária autorização prévia do Governo Federal, ato do Governo do Estado mudava a denominação do Município de Itabira para a de Presidente Vargas, passando o município desse nome a chamar-se Nova Era. Tais alterações só se concretizaram através do Decreto-lei estadual nº 1.058, de 31 de dezembro de 1943, aparecendo o Município com 3 distritos: Presidente Vargas (ex-Itabira), Ipoema (ex-Aliança) e Senhora do Carmo (ex-Nossa Senhora do Carmo). Pelo mesmo Decreto, era emancipado o Distrito de Santa Maria de Itabira.
Em virtude do Decreto nº 2.430, de 5 de março de 1947, o Município retomou a antiga denominação de Itabira. Constituído dos distritos de Itabira, Ipoema e Senhora do Carmo, assim permanece até a presente data. A Comarca de Rio Piracicaba foi instituída pela Lei provincial nº 171, de 23 de março de 1840, e recebeu a designação de Itabira, por força da Lei estadual nº 11, de 13 de novembro de 1891. É atualmente de 3ª entrância e abrange os municípios de Santa Maria de Itabira, Passabém e Itambé do Mato Dentro.
Fonte: IBGE
por Câmara de Itabira